quinta-feira, 15 de março de 2012


Cientistas russos querem clonar mamute congelado há 10 mil anos

Segundo estudiosos, durante o experimento serão transvasadas células-tronco do mamute no útero de uma elefanta; a gestação deve durar 22 meses



    Cientistas russos anunciaram nesta última quarta-feira, 14, os planos de clonar um exemplar pré-histórico de mamute que esteve congelado durante 10 mil anos no território da república siberiana de Iacútia.

     "Queremos realizar uma clonagem somática, ao inserir o material genético de um mamute que viveu há milhares de anos nas células de uma elefanta atual", disse um porta-voz Instituto de Ecologia Aplicada (IEA) da Sibéria à agência oficial "RIA Novosti". A fonte detalhou que "as células-tronco serão transvasadas ao útero de uma elefanta que gestará o feto durante 22 meses para que nasça, esperamos, um filhote de mamute vivo".
    Concretamente, as células do mamute em questão seriam inseridas em embriões de uma elefanta procedente da Índia, por ser seu parente genético mais próximo. O porta-voz do IEA antecipou que as amostras genéticas serão extraídas do mamute no final deste ano, após o que serão enviadas à Coreia do Sul, onde a clonagem poderia tornar-se realidade dentro de vários anos.
    Na clonagem do mamute que foi encontrada na inóspita tundra siberiana participarão cientistas russos, sul-coreanos e chineses. Nesta semana a Universidade Federal do Nordeste da Rússia assinou o correspondente acordo com o controvertido cientista sul-coreano Hwang Woo-souk, da Fundação de Pesquisa Biotécnica de Seul.   
     Considerado então um pioneiro neste terreno ao clonar um cachorro em 2005, Hwang foi acusado em 2006 de falsificar testes científicos para confirmar suas ousadas teorias sobre clonagem humana. Os especialistas consideram que clonar um mamute é possível, já que as células desse animal pré-histórico podem ser encontradas tanto em seu sangue e órgãos internos, como na pele e nos ossos.
    O segredo é encontrar tecido e células em bom estado em um animal que morreu, possivelmente de frio ou de fome, há milhares de anos. A decodificação do DNA do paquiderme pré-histórico, que é a que leva a informação genética sobre o animal, é um trabalho árduo que, em muitas ocasiões, termina em fracasso, sem encontrar uma única célula viva.
     Os mamutes apareceram na África há três ou quatro milhões de anos, dois milhões de anos atrás emigraram para Europa e Ásia e chegaram à América do Norte há 500mil anos, passando pelo Estreito de Bering. Para a ciência continua sendo uma incógnita a causa de seu desaparecimento, que começou há 11 mil anos, quando a população destes animais começou a diminuir até a total extinção dos últimos exemplares siberianos há 3,6 mil anos.
      A maioria dos especialistas estimam que os mamutes foram extintos devido a uma brusca mudança das temperaturas na Terra, embora há também quem atribua seu desaparecimento ao ataque de caçadores ou a uma grande epidemia. 

Fonte: Estadão