Aranhas tecem teia gigante em cima de árvores na
Amazônia
Uma colônia de
aranhas do gênero Anelosimus teceu teias gigantes em copas de árvores, cercas
de madeira e no pasto de uma fazenda em Iranduba (região metropolitana de
Manaus). Segundo a especialista em aracnídeos Lidianne
Salvatierra , do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia), o fenômeno é raro em áreas distantes de florestas nativas.
Salvatierra
disse acreditar que as aranhas tenham migrado para as árvores da fazenda por um
fenômeno de dispersão. A espécie de aracnídeo tem menos de um centímetro de
comprimento. "Essas aranhas são originárias de floresta tropical. Como são
bem leves, um vento ou um animal pode ter ajudado na dispersão."
As teias
gigantes atraíram a atenção da população de Iranduba, cidade de 40 mil
habitantes às margens do rio Solimões. A imagem das árvores encobertas por
teias lembra um cenário de ficção científica. O dono da fazenda não quis se
identificar para a equipe do Inpa.
De acordo com
a especialista, as aranhas tecem as teias há três meses. Amostras da espécie
foram coletadas para pesquisa e registro no instituto. Segundo a pesquisadora,
as aranhas Anelosimus se agrupam em teias individuais até a formação de ninhos
coletivos --por isso são chamadas de "aranhas sociais".
As teias
servem de abrigo e de armadilha para insetos. Grossos, os fios das teias são
resistentes ao calor e à chuva amazônica. O movimento de borboletas que tentam
se livrar das teias consegue desfazer pequenas partes da estrutura. "Mas
milhares de aranhas capturam as borboletas antes que isso aconteça", conta
Salvatierra.
Fonte: Folha.com