quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

JÁ OUVIU FALAR EM QUIMERISMO?

      Na genética, o quimerismo é, em termos simples, o resultado de dois conjuntos de células diferentes que se juntaram durante o desenvolvimento embrionário. Isso causa a formação de animais ou humanos considerados quimeras, casos raros no mundo.  Apesar de o resultado ser um único organismo, ele irá conter características distintas que já estavam a se formar nos embriões, independentes em um momento anterior.
   O quimerismo é associado muitas vezes ao mosaicismo, um fenômeno biológico onde o mesmo indivíduo também apresenta células geneticamente diferentes. Porém, o motivo para isso acontecer não é uma fusão de células de indivíduos diferentes como o quimerismo, mas sim uma modificação genética (mutações gênicas ou cromossômicas) de células que são de um mesmo ser.
Está é Vênus, uma gata que vive na Carolina do Norte (EUA). O animal possui três colorações diferentes, e seu rosto é dividido meio a meio entre o preto e o amarelo




Twinzy é um periquito quimera que ganhou repercussão através de uma publicação feita na própria página da gata Vênus. O animal possui metade do corpo azul e a outra metade verde.



Uma lagosta recebeu o apelido de Halloween após ser encontrada em 2012 por um pescador em de Massachusetts, nos EUA. O nome veio pelas duas cores que o animal é dividido, entre laranja e preto. O animal vive hoje no Aquário New England, em Boston.

Fonte: TOP BIOLOGIA

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Conheça o incrível Bicho-Pau-de-Espinhos
Nome Comum
Bicho-pau-de-espinhos

Nome em Inglês
Giant Prickly Stick Insect, Macleay's Spectre

Nome Científico

Extatosoma tiaratum

       O bicho-pau-de-espinhos é uma grande espécie de bicho-pau endêmica da Austrália. É nativa de Queensland e Nova Gales do Sul. As fêmeas adultas são cobertas com espículas como espinhos, que servem como defesa e camuflagem. Seus corpos longos e arredondados podem crescer cerca de 20 cm de comprimento. As fêmeas são mais encorpadas e têm numerosas espículas e expansões tegumentar no corpo e nas pernas, incluindo um tufo de espículas na parte posterior da cabeça, que tem formato cônico. As fêmeas não voam, pois suas asas são muito pequenas, principalmente quando estão grávidas.
    Exibindo o dimorfismo sexual de muitos insetos semelhantes, os machos são pequenos e finos, medindo apenas cerca de 11 cm de comprimento, e têm três ocelos. Ao contrário das fêmeas, eles não têm espículas desenvolvidas em seus corpos, exceto algumas espículas encontradas em suas cabeças. Eles têm asas longas, voam bem e facilmente levantam voo se perturbados ou em busca de fêmeas.
   Geralmente se reproduzem através da reprodução sexual e produzem ovos que eclodem 4 meses depois. Quando machos não estão presentes na população, essa espécie exibe partenogênese (crescimento e desenvolvimento de um embrião sem fertilização, isto é, por reprodução assexuada). Ovos sem fertilização levam até nove meses para eclodir e produzem apenas fêmeas. Em ambos os casos, a fêmea "movimenta" seus ovos, balançando a cauda até vários metros no chão da floresta. Esses ovos devem ser mantidos relativamente frios (menos de 25°C) ou provavelmente não serão chocados.
    O bicho-pau-de-espinhos é uma espécie vegetariana e apresenta variação de cor, podendo ser marrom, marrom mosqueado, pardo, verde, avermelhado, creme, amarelado, e até totalmente branco.
Fonte: Terra Selvagem

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

PRIMEIRAS SÉRIES - SANTA CRUZ
MATERIAL PARA PROVA (21/02)



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O que são células-tronco?

São células com capacidade de autorrenovação e de diferenciação em diversas categorias funcionais de células (Figura 1). Ou seja, as células-tronco têm capacidade de se dividir e se transformar em outros tipos de células. Elas podem ser programadas para desenvolver funções específicas, uma vez que se encontram em um estágio em que ainda não estão totalmente especializadas. Abaixo veremos os tipos de células-tronco existentes.
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Figura 1: Potencial das células-tronco.

Quais são os tipos de células-tronco?


São três os principais tipos de células-tronco. As células-tronco embrionárias e as adultas (encontradas principalmente na medula óssea e no cordão umbilical), que têm fontes naturais. E as células pluripotentes induzidas, que foram obtidas por cientistas em laboratório em 2007.

O que são as células-tronco embrionárias?


São as células chamadas de pluripotentes, pois têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. São encontradas no interior do embrião, quando ele está no estágio conhecido como blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação). Na Figura 2, a região circulada em vermelho é chamada Massa Celular Interna e é esta massa de células que chamamos de células-tronco embrionárias.
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Figura 2: Células da Massa Celular Interna sendo extraída do blastocisto para obtenção das células-tronco embrionárias.


Embora o estágio embrionário tenha duração de várias semanas, só são consideradas células-tronco embrionárias estas com 4 a 5 dias de gestação. Percebam na figura abaixo (Figura 3) que o embrião, em uma fase posterior ao embrião de 5 dias, já apresenta estruturas mais complexas como coração e sistema nervoso em desenvolvimento, ou seja, as suas células já se especializaram.

O corpo humano possui, aproximadamente, 216 tipos diferentes de células e as células-tronco embrionárias podem se transformar em todas elas! Veja abaixo um esquema exemplificando este processo. 
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Figura 3: Desenvolvimento embrionário desde o zigoto até o indivíduo adulto.


O que são as células-tronco adultas?


São células obtidas, principalmente, na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, mas cada órgão do nosso corpo possui uma quantidade de células-tronco que é responsável pela renovação das nossas células ao longo da vida (Figura 4). Elas têm capacidade de se dividir e gerar tanto uma nova célula idêntica e com o mesmo potencial, como outra diferenciada. São chamadas de multipotentes por serem menos versáteis que as células-tronco embrionárias.
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Figura 4: As células-tronco adultas podem ser retiradas de vários órgãos.


O que são as células-tronco induzidas?


Inicialmente foram produzidas em laboratório em 2006 por um pesquisador japonês chamado Shynia Yamanaka. Na ocasião, foram reprogramadas células da cauda de um camundongo e estas voltaram a se comportar como células-tronco embrionárias. Posteriormente, em 2007, foram produzidas as primeiras células induzidas humanas, a partir da pele. Esta tem sido até então a principal fonte de células para reprogramação, mas teoricamente, qualquer tecido do corpo pode ser reprogramado.

O processo de reprogramação se dá através da inserção de vírus contendo 4 genes (oct-4, sox-2, Klf-4 e c-Myc). Estes genes se inserem no DNA da célula adulta (ex.: pele) e reprogramam o código genético. Como este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e possuem características de autorrenovação e a capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido (Figura 5).

Estas células são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida ou pela sigla iPS (do inglês induced pluripotent stem cells).
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Figura 5: Esquema mostrando como é feita a reprogramação das células da pele através da inserção dos vetores virais.


Como as células-tronco podem ser usadas?


A pesquisa com as células-tronco é fundamental para entender melhor o funcionamento e crescimento dos organismos e como os tecidos se mantêm ao longo da vida adulta. Esse conhecimento é fundamental para compreender o que se passa com o organismo durante uma doença. O desenvolvimento de células-tronco fornece aos pesquisadores ferramentas para modelar doenças, testar drogas e desenvolver terapias efetivas.

A terapia celular, que consiste na substituição de células doentes por células saudáveis, é um dos potenciais usos das células-tronco no combate a doenças. Em teoria, qualquer doença em que haja degeneração de tecidos poderia ser tratada através da terapia celular.


É importante acrescentar ainda que todos os tipos de células-tronco são necessárias para pesquisa. Cada uma delas têm um potencial diferente a ser explorado e, em muitos casos, elas podem ser complementares.

Mesmo com o advento das células iPS, não podemos deixar de utilizar as células-tronco embrionárias, pois sem conhecê-las seria impossível desenvolver a reprogramação celular. Além disso, embora os resultados sejam muito promissores, as iPS e as embrionárias ainda não são completamente idênticas e o processo de reprogramação ainda não é totalmente seguro por conta da utilização dos vírus. Alternativas estão sendo estudadas, mas é essencial que possamos comparar os 2 tipos celulares.

Quais os obstáculos precisam ser enfrentados para que as células-troncos possam ser usadas no tratamento de doenças?


Apesar de os resultados de testes com animais serem promissores, as pesquisas de células-tronco e suas aplicações para tratar doenças ainda se encontram em estágio inicial. Como em qualquer tratamento médico, é preciso assegurar métodos rigorosos de pesquisa e testes para garantir segurança e eficácia a longo prazo.

Uma vez que as células-tronco sejam encontradas e isoladas, deve-se garantir as condições ideais para que as células possam se diferenciar e se transformar nas células específicas necessárias a determinado tratamento, o que exige bastante experimentação e testes. Além disso, é preciso desenvolver um sistema que entregue as células à parte exata do corpo e as estimule a se integrar e a funcionar como as células naturais do corpo. 

Referências para leitura:
FONTE: REDE NACIONAL DE TERAPIA CELULAR

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

As 9 mariposas mais incríveis da natureza

    As mariposas são insetos noturnos, com antenas filiformes ou pectinadas e constantemente confundidas com borboletas.  Ambas fazem parte da ordem científica Lepidoptera, que significa asas escamosas. O nome deriva das escamas que caem das asas em forma de pó quando tocadas.
  As diferenças entre mariposas e borboletas se dividem entre comportamento e anatomia. As mariposas são, em sua maioria, noturnas. Voam e se alimentam à noite. As borboletas, por sua vez, realizam suas atividades durante o dia.
MariposaMariposa leopardo


Mariposa Mariposa Poodle


Cecropia MothMariposa da Cecrópia


MariposaMariposa Falcão


Attacus atlas Mariposa Atlas


Mariposa Mariposa Elefante


Mariposa-tigre-de-jardimMariposa Tigre de Jardim


Phalera-bucephalaPhalera bucephala


Actias seleneActias selene

Fonte: Top Biologia
Estudo mostra que a leitura é capaz de modificar o cérebro
Aumento de conexões em algumas áreas cerebrais faz com
 que o leitor se sinta na pele do personagem.

Leitura: efeitos no cérebro continuam mesmo depois que o livro termina

     Para leitores, o fato de que histórias podem mudar uma pessoa não é nenhuma novidade. Porém, um novo estudo indica que a leitura de um romance pode provocar mudanças reais no cérebro, que persistem por alguns dias mesmo depois que o livro acaba. Os resultados foram publicados na edição de dezembro do periódico Brain Connectivity.
Enquanto outras pesquisas nessa área começaram a utilizar a ressonância magnética para identificar as redes cerebrais associadas à leitura, principalmente enquanto as pessoas leem, o estudo de Berns e sua equipe teve como foco os efeitos naturais que permanecem no cérebro após essa atividade.
     “Histórias ajudam a dar forma às nossas vidas, e às vezes ajudam a definir uma pessoa. Nós queremos entender como elas entram no nosso cérebro, e o que são capazes de fazer com ele”, conta Gregory Berns, neurocientista da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, e principal autor do artigo.
Acompanhamento – Participaram do estudo 21 estudantes de graduação da Universidade de Emory, que se submeteram à ressonância magnética por 19 manhãs consecutivas. Os primeiros cinco dias serviram apenas para registrar a atividade normal dessas pessoas durante o repouso. Depois, durante nove dias, eles leram o romance Pompéia, escrito por Robert Harris. A história se baseia em um evento real, a erupção do Monte Vesúvio na Itália, e acompanha um protagonista que, de fora da cidade de Pompéia, percebe a fumaça ao redor do vulcão e tenta voltar para salvar sua amada.
      Os participantes deveriam ler uma parte do livro à noite, e passar pela ressonância magnética na manhã seguinte. Terminado o período de leitura, os eles foram ao laboratório por mais cinco dias, para que os pesquisadores avaliassem se os efeitos da história permaneceriam.
Nas manhãs seguintes à leitura, os resultados mostraram um aumento na conectividade de uma região do cérebro associada à recepção da linguagem. “Apesar de os participantes não estarem lendo enquanto eram avaliados, eles retiveram esse aumento de conectividade”, explica Berns.          Um aumento de conexões também foi identificado no sulco central do cérebro, região ligada à função motora. Os neurônios dessa região estão relacionados à criação de representações de uma sensação do corpo – o simples pensar em correr, por exemplo, pode ativar os neurônios associados ao ato físico de correr.
      Sentir na pele – Para os pesquisadores, essas mudanças cerebrais provocadas pela leitura, que têm a ver com a movimentação e sensações físicas, sugerem que um romance pode, de certa forma, transportar o leitor para o corpo do protagonista. “Nós já sabíamos que boas histórias podem te colocar no lugar de outra pessoa, em um sentido figurado. Agora estamos percebendo que algo assim também ocorre biologicamente”, explica Berns.
  Os pesquisadores ainda não sabem dizer até onde essas mudanças podem ir, mas elas persistiram pelo menos durante os primeiros cinco dias após a leitura, analisados neste estudo. “O fato de que detectamos esses efeitos alguns dias depois da leitura de um romance escolhido aleatoriamente por nós sugere que os romances favoritos de uma pessoa podem desencadear efeitos mais intensos e duradouros”, afirma o pesquisador.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Short- and Long-Term Effects of a Novel on Connectivity in the Brain 

Onde foi divulgada: periódico Brain Connectivity

Quem fez: Gregory S. Berns, Kristina Blaine, Michael J. Prietula e Brandon E. Pye

Instituição: Universidade de Emory, EUA

Dados de amostragem: 21 estudantes de graduação

Resultado: O estudo mostrou que a leitura de um romance provoca mudanças de conectividade no cérebro, que persistem mesmo alguns dias após o término da leitura.

Fonte: Revista Veja

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O PARENTESCO ENTRE OS DINOS E AS AVES.


     Os tiranossauros, velociraptors, alossauros e cia. estão por aí. A diferença é que agora eles atendem por nomes menos glamourosos - pintassilgo, tico-tico, galinha caipira, pato, pombo... Das quase 10 mil espécies de aves que existem, todas são descendentes diretas dos dinossauros. O parentesco entre os dois é um fato bem conhecido da biologia. A diferença é que, agora, começam a surgir evidências de que a relação entre os penosos e os escamosos é bem mais estreita. A começar pelas penas. Em julho deste ano, por exemplo, paleontólogos alemães encontraram um indício de que boa parte dos dinossauros, como alguns que você vê nessas e nas próximas páginas, tinha penas. E bico. Conheça agora as características que as aves herdaram de seus avós, as criaturas mais fascinantes que já pisaram sobre a Terra.

Pescoço em "S"
Uma diferença marcante entre dinossauros e crocodilos, por exemplo, é que só os primeiros têm pescoço em forma de "S" - justamente uma característica das aves. Ela provavelmente evoluiu nos primeiros dinossauros como uma adaptação para ampliar o campo de visão (igual o bipedismo - seja nos dinos, seja nos homens). E o resultado foi o pescoço esguio. Os cisnes agradecem.

Instinto maternal
Tartarugas são péssimas mães. Botam os ovos e tchau: a filhotada que se cuide depois. Até pouco tempo atrás o consenso era que os dinossauros também se comportavam desta maneira, digamos, reptiliana. Mas não. Hoje sabemos que vários deles faziam como os pássaros: eram pais exemplares, que construíam ninhos e cuidavam dos filhotes. É o caso deste dino-ave aqui ao lado, o citipati, cujo fóssil mostra o bicho chocando ovos.

Bico
Nós usamos as mãos para cavar. Então desenvolvemos unhas (com os cachorros aconteceu a mesma coisa). Outros usam a boca para cavar, então desenvolveram unhas. Na cara. O bico é um par de unhas facial. Essa proteção evoluiu em alguns dinossauros, e desse grupo passou para todas as aves. Um dos dinos bicudos era o Citipati, na página ao lado. Mas alguns pesquisadores acreditam que até grandes carnívoros, como o tiranossauro, tivessem alguma espécie de bico, ainda que dentado, como o do nosso amigo aqui embaixo.

Pés de passarinho
Responda em um segundo, valendo um milhão de reais: os pés de um dinossauro pareciam mais com: a) os de um crocodilo; b) os de um periquito. Pois é: a certa é a alternativa B. O grupo de dinossauros que deu origem às aves, os terópodes (dos quais faz parte o glorioso tiranossauro), já tinha pés de passarinho, com três dedos para frente e um para trás - dedo extra que os pombos usam para se empoleirar nos fios elétricos.

Ossos pneumáticos
Os terópodes, ramo dos dinossauros mais próximos das aves, e que inclui o tiranossauro, têm ossos pneumáticos, ou seja, com câmaras internas cheias de ar, como as aves modernas (e pneus!). É uma característica essencial para o voo. Mas claro: tiranossauros não voavam - os ossos pneumáticos deixavam o gigante mais leve e ágil.

"Osso da sorte"
Cada um pega de um lado do ossinho. E quem ficar com o pedaço maior ganha. É o "osso da sorte" - brinquedo que as galinhas forneciam para as crianças na era pré-videogame. Ele é formado pela fusão das duas clavículas e ajuda na sustentação dos ossos do tórax durante o voo. Mas também era encontrado em vários dinossauros, como o aerosteon aqui.

Sacos aéreos
Aves não têm sistema respiratório - têm um metrô respiratório. O ar circula por uma rede intrincada de canais ligando reservatórios de ar. São os sacos aéreos. Eles mantêm os pulmões sempre cheios, mesmo quando a ave expira. Isso confere um poder invejável de respiração - e possibilita às aves voar a altitudes rarefeitas. Mas tudo começou aqui no chão, para ajudar certos dinos a correr mais.

Punhos articulados
A articulação do punho das aves de hoje permite uma ampla movimentação das asas. Alguns dinossauros tinham essa mesma característica - caso dos maniraptores. O nome disso na biologia é "exaptação": o uso de uma estrutura antiga para uma função nova (igual aconteceu com os sacos aéreos e com as penas). Nos dinos, o punho articulado só servia para deixar as mãos mais ágeis.

Penas
Já encontraram dezenas de dinossauros penosos - a maior parte do grupo dos coelurosaurus, que inclui de tiranossauros a dinos voadores. Mas o achado mais recente, o sciurumimus, desenterrado em julho, na Alemanha, é uma exceção: pertence ao grupo dos megalosauros, um ramo bem diferente. Isso sugere que o ancestral comum entre os dois grupos podia ter penas - e mais: que todos os dinoussauros talvez tenham tido pelo menos algum tipo de penugem. A função? A mesma que os pelos têm nos mamíferos: regular a temperatura.

Fonte: Alexandre Versignassi e Leandro Sanches
Revista Super Interessante

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Cientistas usam técnica simples para criar células-tronco

  

  Cientistas do Japão e dos EUA descobriram uma receita que parece ridiculamente simples para fazer com que células adultas voltem a um estado semelhante ao embrionário: basta aumentar um pouco a acidez do meio onde elas estão sendo cultivadas.
    Poucas horas de exposição a um meio levemente ácido (pH de 5,5, enquanto o normal da água é 6) foi suficiente para "reprogramar" células dos mais diferentes tecidos de camundongos, do sangue ao fígado, relata a equipe liderada pela japonesa Haruko Obokata e pelo americano Charles Vacanti na revista científica "Nature".
    Essa conquista é um sonho antigo dos pesquisadores que estudam a chamada diferenciação celular, ou seja, o processo que faz com que uma única célula, a do óvulo fecundado, dê origem a uma miríade de tipos celulares especializados, com forma e função próprias.
    Afinal, a possibilidade de controlar esse processo permitiria, em tese, a produção de órgãos sob medida para transplante. Seria necessário apenas fazer uma biópsia de pele do paciente, por exemplo, e as células da epiderme seriam transformadas, em laboratório, nos tecidos "de reposição" necessários - sem riscos de rejeição, já que, do ponto de vista genético, elas seriam idênticas ao resto do corpo do paciente.
                                                            SEM DNA EXTRA
    A reprogramação de células adultas já é rotineira hoje, mas os métodos atuais exigem a inserção, no DNA dessas células, de alguns genes a mais, sabidamente ligados à versatilidade (ou "pluripotência", como dizem os biólogos) das células embrionárias.                                                                     
    Isso é visto como um empecilho para o uso das células reprogramadas em pessoas, já que há o temor de que o DNA extra possa afetar a estabilidade dessas células.
 Para contornar esse problema, Obokata, que trabalha no Centro Riken de Biologia do Desenvolvimento, partiu do princípio de que esse tipo de reprogramação celular parece acontecer em células de plantas e de salamandras expostas a fatores estressantes, como a acidez.Como forma de testar a ideia, ela usou células do sangue de camundongos transgênicos, cujo DNA foi modificado com a presença da receita para a produção da GFP, substância que dá um brilho verde fluorescente aos bichos.
    Aí é que está o pulo-do-gato (ou do roedor): a receita da produção da GFP foi "colada" a um gene que só fica ativo em células embrionárias ou reprogramadas. Ou seja, a proteína só "acenderia" se esse gene também fosse "ligado", indicando que a reprogramação tinha dado certo.
   Foi o que aconteceu quando as células foram expostas à acidez. Vários testes mostraram que elas eram capazes de assumir a função dos mais diversos tecidos do organismo. De início, os cientistas tiveram problemas para multiplicá-las em laboratório, mas o uso de um "caldo" especial destinado à nutrição de células embrionárias pareceu resolver essa questão. "Nossos achados sugerem que, de alguma forma, por meio de um processo de reparo natural, o estresse causado pela acidez leva as células a desligar os controles que as impedem de voltar ao estado embrionário", resumiu Charles Vacanti, que trabalha na Escola Médica de Harvard.
    "Se isso funcionar em seres humanos, será a descoberta capaz de virar o jogo e disponibilizar terapias celulares que usam as células do próprio paciente como ponto de partida", declarou Chris Mason, chefe de medicina regenerativa do University College de Londres (Reino Unido). Essa é a próxima grande pergunta: células humanas também reagirão dessa forma? Os cientistas também querem entender outro mistério: por que outras situações estressantes que as células enfrentam, dentro e fora do laboratório, aparentemente não são suficientes para desencadear o mesmo efeito.

FONTE: REINALDO JOSÉ LOPES
 COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO