Descoberta enzima (Cas9) que pode revolucionar a Engenharia Genética!
Quando os cientistas Phillipe Horvath e Rodolphe Barrangou decidiram encontrar a melhor maneira de fazer iogurte, eles não esperavam tropeçar em uma das descobertas mais promissoras da área biológica: uma superproteína que pode literalmente cortar DNA, e tem o potencial de revolucionar a engenharia genética.
“Isso pode acelerar significativamente a taxa de descoberta em todas as áreas da biologia, incluindo a terapia genética na medicina, a geração de melhores produtos agrícolas, e a engenharia de micróbios produtores de energia”, explica Luciano Marraffini, da Universidade Rockefeller (EUA).
A proteína, chamada Cas9, pode ser explorada para cortar fitas de DNA exatamente no lugar onde os pesquisadores querem. Não torna a engenharia genética fácil, mas torna-a muito, muito mais fácil do que é atualmente, pois permite que os cientistas emendem sequências de DNA com uma precisão sem precedentes. A descoberta
Cas9 foi encontrada no ano passado. Os cientistas descobriram que, quando combinada com certas bactérias, a proteína invade e mata vírus cortando seu DNA em pontos-alvo específicos.
Isso faz da proteína uma excelente candidata para tornar a produção de iogurte mais eficiente. Mas o que é mais interessante ainda é que Cas9 pode ser emparelhada com qualquer sequência de RNA (cordas de moléculas que codificam e regulam a expressão de genes) para alvejar um pedaço determinado do DNA e cortá-lo com precisão incrível, como uma espécie de tesoura minúscula feita sob encomenda.
O mundo da biologia imediatamente fervilhou com as possibilidades que a proteína oferece.
“Ela está se espalhando como fogo desde que aprendemos sobre ela, e certamente é muito tentadora. É fácil usá-la para fazer muitas experiências”, disse o geneticista George Church, da Universidade Harvard (EUA).
No futuro Cas9 poderia trazer consigo avanços enormes, pelo menos na nossa capacidade de estudar a genética. Digamos que há três mudanças no DNA ou em torno de um gene que podem causar uma doença. Hoje, é difícil estudá-las diretamente. Mas com a nova proteína, podemos pegar uma célula de uma pessoa que já teve seu DNA sequenciado e criar o que é conhecido como uma célula-tronco pluripotente induzida, uma célula que se comporta como um embrião. Depois disso, podemos usar a Cas9 para manipular cada uma dessas mudanças no DNA.
Claro, ainda há um longo caminho a percorrer antes de simplesmente “cortarmos” defeitos do nosso DNA. A pesquisa está atualmente sendo realizada em placas de Petri, não criaturas vivas, mas é promissora. Segundo os especialistas, é só uma questão de tempo até que algo importante venha dela.
Fontes: http://hypescience.com
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22745249